Mais uma carta.

 

O amor é como uma fogueira, começa com uma grande chama, que nós, temos que saber manter. Se deixarmos de tomar conta dela, ela fica fraca e deixa de nos satisfazer, deixa de aquecer o nosso pequeno coração. Passado uns tempos ela apaga-se e habituamos-nos ao frio que nos rodeia, sem darmos conta que poderíamos ter feito muito mais para manter aquela fogueira acesa. E aqui estou eu, no meio de nada, no meio da solidão que criei. Meia noite e meia, a cidade está a dormir, a única luz que se vê ao fundo da rua é a da Lua que hoje brilha só para mim, o silêncio ensurdecedor incomoda-me e o meu pensamento está contigo desde que acordei. Sinceramente, não pedi nada disto, não agora e estou perdida entre o que quero e o que devo, o que não quero e o que não posso. Não estou habituada a estar sem ti, a tua ausência perturba-me e já não sei como fazer para fingir que está tudo bem. Sei que para ti é tudo mais fácil e que só estou a escrever disparates, disparates quase tão grandes como a loucura de alguma vez ter pensado que te teria a meu lado para sempre. Nunca fui de complicar e sempre me satisfiz com pouco, também não te pedi muito mas nem o pouco que te pedi foste capaz de me dar. Talvez a culpa seja toda minha e a estúpida seja eu, aqui a escrever mais uma carta que não vais ler. Afinal de contas só espero que estejas bem e que penses em mim de vez em quando. Cuida de ti.